terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Concha é nome de guerra



Dedicada a  Concha Rousia 


Para ti não há música nem dança


apenas as artes marciais

guerrilheira de montes e vales

urdidora de emboscadas

sob a copa das amplas árvores

brandes teu gládio de palavras suaves

não usas as falas do inimigo

vingas a dor de seres galega.


A montanha que herdaste sozinha

prenhada de mar na ilha dos nossos

o povo desaparecido da Rousia aldeia

esse recanto insuspeito ao virar da raia

onde fui a férias em 2005 sem te saber

eu que nasci galego do sul

sendo galego de Cela-Nova

apartado de meus irmãos e irmãs

séculos de história ao desbarato

distavam mares que nunca navegámos

montes que nunca escalámos

estrelas que jamais enxergámos

até um dia em que surgiste

vestias azul e branco orlada a ouro

estandarte do nosso reino

ciciavas liberdades por atingir

sonhos por realizar 

brandias a tua utopia 

numa mesma lusofonia.


2 comentários:

  1. Nem sempre uma pessoa tem a fortuna de que um texto como este seja tecido para ela, com as suas medidas, para caber o seu ser, real e sonhado, dentro do poema... Por isso, e por muito mais, o poeta Chrys, sempre será meu irmão... Para ele o meu melhor abraço e outro para o Barbosa e Ro, amigos poetas queridos, por divulgarem este texto.
    Concha

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